Marcha Para Belzebu

Jair Bolsonaro participou da suposta Marcha Para Jesus em São Paulo. Milhares de pessoas estavam lá supostamente celebrando a Jesus Cristo, mas a verdade é que Jesus Cristo tinha sido substituído pelo Belial do Planalto, aquele sujeito que sempre disse que tinha prazer em matar, que disse que morreu pouca gente na ditadura, e que escapou por pouco da cassação quando disse que “tinha que morrer 25 mil” numa entrevista no final dos anos 90.

O cara que deu risada de quem estava morrendo de COVID e imitou ironicamente pessoas com falta de ar foi lá falar que a eleição é “uma batalha do bem contra o mal”, e ele está certo: Bolsonaro representa o que há de mais asqueroso no Brasil, é a perfeita representação do mal, fez acordar das trevas, orgulhosas, todas as piores pessoas do país.

Essa entrevista com o ex banqueiro Paulo Dalla Nora Macedo é extremamente esclarecedora nesse sentido, essa turma acha que o bolsonarismo representa um tipo de liberdade: a liberdade de ser chucro, de bater na mulher, de ser racista, de tratar os outros como inferiores ou serviçais, de reproduzir valores que já eram condenáveis nos tempos dos nossos avós, e hoje são completamente repugnantes. Gente com a mentalidade eugenista herdada do nazismo, que deveria ter morrido junto com Hitler. Alguns bolsonaristas se orgulham em ser abertamente nazistas.

O que Cristo tem a ver com essa turma? É exatamente em nome de um Deus sanguinário, numa interpretação sui generis da Bíblia, que esse povo age para eliminar o próximo, ao invés de amar o próximo. Em um país de armas, Jesus vira um pano de prato pra suportar todo tipo de hipocrisia, de maldade, de pensamento assassino. Um político conseguiu transformar uma divindade cultuada há dois mil anos e que se entregou como símbolo de amor em um símbolo de ódio. Símbolo do ódio mais brutal: para o bolsonarista, Jesus Cristo foi reduzido a um mero entregador de delivery de um projeto de poder assassino é cruel.

Belzebu é um dos nomes de Baal, divindade filistéia e cananeia. Na Bíblia, era o símbolo máximo da ideia de uma falsa divindade, evocada por falsos profetas. Essa simbologia fica clara na célebre passagem de Elias enfrentando os profetas de Baal no Monte Carmelo (I Reis 18:16-46).

Os pastores que apoiam Bolsonaro são como os profetas de Baal invocando em vão o poder fictício de sua divindade no Monte Carmelo. Os “sete mil joelhos que não se dobraram a Baal” (I Reis 19:18) são aqueles que ainda tentam enfrentar esse governo. Gente como os cristãos que lavaram pés e distribuíram 2 mil refeições na Praça da Sé enquanto Bolsonaro celebrava a guerra a poucos quilômetros dali.

Que Baalsonaro, o Belzebu dos trópicos, possa ter junto com seus pastores lacaios o mesmo fim dos profetas de Baal no Monte Carmelo. Que Deus tenha piedade de nós e levante logo um profeta Elias, que faça o fogo descer do céu e consumir toda a iniquidade que o Bolsonarismo impôs ao Brasil.

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4 comentários sobre “Marcha Para Belzebu

  1. Leonardo, sua visão e sua lucidez seriam importantes em qualquer época, mas nos dias atuais eu diria que são essenciais. Além da óbvia importância em dizer o que precisa ser dito, não deixa de ser um conforto ler pensamentos explicitados com tanta clareza sobre assuntos tão sensíveis.
    Obrigado, e siga escrevendo!
    Fiz questão de deixar o comentário como forma de mostrar que embora muitas vezes silenciosas, vc tem muitas pessoas que prezam por ler/ouvir o que vc tem a dizer. Eu sou uma delas.

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  2. Em contagem regressiva para esse fogo cair do céu o mais rápido possível!!
    Acredito que um dia, a ficha desse povo que está em transe, embebidos na pura insanidade irá cair… Até lá, aguardo dias melhores. Obrigada pela reflexão!

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