Bolsonaro faz o possível e o impossível para parecer “homem do povo”, sempre em um esforço muito artificial, que dá cada vez menos certo. A última presepada do tipo aconteceu nesse fim de semana: o Ministro das Comunicações, Fábio Faria, postou uma foto mostrando Bolsonaro todo emporcalhado, comendo um frango com farofa numa barraca de Brasília. A foto já foi apagada depois da repercussão negativa nas redes sociais.

Eu vou poupar vocês, leitores, dessa cena tétrica. A vida já basta para nos traumatizar. Mas os bastidores da imagem mostram algo importante: além do Ministro das Comunicações, o filho “que manja de redes sociais” do Presidente, Carlos Bolsonaro, estava todo orgulhoso ajudando a montar a cena de “homem do povo”. E é exatamente esse o problema.

Para Carlos Bolsonaro, um playboyzinho mimado da Zona Sul do Rio que vive de cargo público às custas do pai desde os 17 anos de idade, o conceito de “pobre” ou de “popular” é um velho fazendo coisas nojentas em público, sendo asqueroso com todos ao redor. É um senhor comendo frango com a boca aberta e deixando a farofa cair toda na sua perna. Um exemplo simples e porco desses mostra como Bolsonaro e seu filho odeiam pobre: pobre, pra eles, é sinônimo de falta de higiene, de falta de modos, de falta do mais básico.

Mas piora: essa percepção é compartilhada por todo o staff de Bolsonaro, incluindo aí o Ministro das Comunicações Fábio Faria. Se eles não compartilhassem do mesmo nojo de pobre, jamais postariam nas redes sociais uma foto dessas achando que iam “lacrar”. É perturbador, mas eles realmente acham que pobre é uma raça inferior que, no limite, deve ser eliminada. Seja pela polícia matando a esmo nas favelas, seja pelos deslizamento de terra, seja pela COVID.

Até nas pequenas atitudes é perceptível o quanto o governo Bolsonaro não é feito por gente com o mínimo de humanidade.