As redes sociais são uma disputa brutal por espaços em que as pessoas não hesitam nem por um instante em fazer todo o possível para destruir as outras. Sempre soube disso, mas só percebi há pouco tempo que a única forma de conviver nesse meio tóxico é agindo como pessoa pública.

Esse movimento de integração deve ter uns três anos e agradeço muito a grandes amigos, mas também ao processo terapêutico. O mesmo Leonardo que produz conteúdo nas redes é o do trabalho, do doutorado, da igreja, da militância, da vida em família. Com os meus defeitos e idiossincrasias.

Eu admito minhas falhas, erro muito, teimo em corrigir. Estou longe de ser perfeito, não sou imparcial, tenho opiniões contundentes sobre diversos temas porque sou assim e pronto. Aprendi a me esvaziar das personas que eu usava para me proteger. E está tudo bem assim.

Mas infelizmente não sou capaz de esquecer quem age comigo com mau caratismo. Até porque isso é um padrão: você vê as pessoas agindo sempre da mesma forma. E quando eu vejo a repetição de padrões nessas pessoas eu entendo que a melhor coisa que posso fazer é me manter longe mesmo. Perdi amigos e oportunidades, é normal. Só que também tenho ganhado outros amigos.

Enfim, sei lá porque escrevo essas coisas aqui. O dia de hoje fez eu pensar muito sobre as minhas reais prioridades. Esse ambiente sempre performático das redes parece cada vez mais longe dos meus propósitos, nesse momento em que penso nesse meu movimento de viver uma vida integrada, sem personas. E parece perto também, de certa forma, porque manter relacionamentos saudáveis é de certa forma um ato de resistência também.

Às vezes as pessoas só querem alguém que acredite nelas mesmo com suas falhas e suas frustrações da vida toda. É por isso que essa lógica performática das redes não faz mais muito sentido pra mim. Eu quero manter relações de amizade honestas com pessoas imperfeitas, e está tudo bem assim.

(Isso era uma thread no Twitter mas como essas coisas sempre se perdem decidi deixar aqui pra ter como ler fácil sempre que precisar lembrar)