Weintraub e Terca Livre estão saindo do país porque sabem que é muito mais fácil manipular a opinião pública sendo “inimputável” fora do país. Processos de extradição são complicados, demorados e raros. Olavo de Carvalho e Diogo Mainardi são exemplos notórios nesse sentido.

Eu levaria a sério a hipótese de que Bolsonaro vai levar todos os principais hubs de sua estrutura de fake news pra fora do país pra que essas pessoas se tornem “imunes” à Justiça brasileira (que nem é grande coisa, inclusive). Inclusive, indo um pouco mais longe, creio que esse projeto de internacionalizar o gabinete do ódio vem desde o começo do mandato e a indicação maluca do Bananinha pra embaixada dos EUA estava nesse planejamento: ele que ia comandar as operações da rede de fake news no exterior.

Isso casa, por exemplo, com o fato de que esse governo é muito bom manipulando informações internamente, mas absolutamente catastrófico em espalhar esse mesmo tipo de mensagem mundo afora. Há pouca integração do bolsonarismo com as redes de extrema direita mundo afora, embora eles digam o contrário.

Agora, em crise, o governo usa o inquérito das fake news como desculpa pros operadores do gabinete do ódio saírem do país e tentarem se estabelecer como articuladores internacionais do gabinete. Gera alguma mobilização, apesar de ser patético. Mas é bom ter cuidado com isso.

Ah, tem outro fator oculto também que acaba entrando no mesmo contexto: está havendo uma articulação maior da extrema direita mundial para agir conjuntamente visando a reeleição do Trump. Eles sabem que se Trump não for reeleito a extrema direita mundo afora morre de inanição. Com isso, tem gente de vários lugares vindo apoiar o Trump. Se não presencialmente (dado o cenário do coronavírus), articulando redes. Mas no Brasil, que já está sendo destruído pela pandemia, caras como Weintraub e Allan dos Santos não tem problema algum de ir pessoalmente.

Enfim, é bom prestar atenção aos próximos passos desse pessoal.