Eu acredito no que eu acredito não porque eu sou de esquerda ou de direita, mas porque eu sou cristão.
E eu tento a cada dia ser cristão não como quem usa Cristo como uma marca, mas no sentido bíblico, do cristão como o imitador das atitudes de Cristo, revelado pela primeira vez em Antioquia, conforme o relato de Atos dos Apóstolos.
Como cristão, eu entendo que sou uma pessoa totalmente degenerada pelo pecado. Que eu fui resgatado pelo amor e que minha missão é entregar minha vida em favor dos outros como Cristo entregou.
Ainda falho bastante nisso, porque minha natureza degenerada pelo pecado grita dentro de mim enquanto o amor inexplicável de Deus me sustenta.
Eu não sou melhor que ninguém por causa disso, mesmo porque preciso a cada dia transformar esse maravilhoso amor de Deus em atitudes. A manifestação prática do amor de Deus é o amor ao próximo.
Como cristão, eu tento não me ofender, por um motivo simples: eu não tenho nenhum direito por mim mesmo. Eu sou um pecador degradado e devo absolutamente tudo ao amor de Deus.
Quando uma feminista me fala que “todo homem é um estuprador em potencial”, eu concordo com ela, porque eu sei o quão degradado eu sou e o quão miserável eu me torno sem o amor de Deus. E sei que todo mundo é assim, todos nós compartilhamos essa natureza degenerada e somos capazes de coisas horríveis quando pensamos em nosso próprio interesse.
Quando um homossexual fala que “todo cristão é um maldito homofóbico” eu também concordo xon ele, porque sei que sem experimentar o verdadeiro amor de Cristo as pessoas vêem a Bíblia como um livro legislativo e opressor, e não como um plano de revelação da Justiça e das relações de equidade em amor. As pessoas nas igrejas ofendem homossexuais porque acham que precisam se defender deles, e um cristão não deveria se defender de ninguem. De ninguém! O sentido da nossa vida é amar o próximo, seja o próximo aquele que está perto, seja o próximo o seguinte.
Quando um devoto de religiões africanas fala que “os evangélicos tem preconceito contra eles” eu concordo plenamente, eu sinto vontade de derrubar os muros e dar um abraço nessas pessoas para elas terem a consciência de que Deus é amor. Porque os evangélicos levantam muros quando deveriam derrubá-los, sufocam a luz do amor de Deus em uma cabana quando ela deveria ser um farol que guia o caminho dos desorientados até o porto seguro.
Eu não sou de esquerda ou de direita. Eu sou cristão. E, como cristão, eu preciso mais do que qualquer coisa na vida a amar o próximo primeiro, mesmo que isso implique na supressão do meu direito. O amor denuncia a injustiça dos que tornam a vida comércio, mas mostra o caminho da Justiça ao transformar a todos em um só, recuperando o senso mais básico que todos nós deveriamos ter: o de que somos, todos juntos, uma só humanidade.
Amor não é uma característica de Deus. E a natureza de Deus. Quando há amor, Deus se revela. A graça de Deus, que perdoa nossos pecados, não é nada além da demonstração prática do amor de Deus como uma disposição positiva que nos salva das nossas misérias. É nisso que eu acredito. E é por uma sociedade de equidade em amor que eu vou lutar todos os dias da minha vida.
Porque eu não sou de esquerda ou de direita. Eu sou cristão.