A Liberdade do exercício do Cristianismo como escolha pessoal

Se vocês não sabem, pode não parecer, mas sou evangélico. Não tenho vergonha disso.

Eu acredito que é possível acreditar na fé cristã e ao mesmo tempo não compactuar com as babaquices de coisas como a bancada evangélica. Eu acredito inclusive que a bancada evangélica é um enorme desserviço para a fé cristã no Brasil.

Eu tenho certeza absoluta dos valores da minha fé: amor a Deus, amor ao próximo, e sei que tenho que manifestar paz, alegria, ter paciência. É sempre que conseguimos? Óbvio que não. Somos humanos, imperfeitos, vivemos fazendo merda. Mas seguimos tentando fazer o bem. Fazer o bem inclui coisas como aceitar todas as pessoas com suas peculiaridades e se compadecer delas.

Porque existe um princípio na fé cristã: o de que o mal que as pessoas fazem é quase inevitável e que devemos lutar contra isso. Lutar contra o mal é lutar contra o individualismo, contra a segregação, e contra essas atitudes de segregação vindas de outras pessoas.

Pra não fazer um discurso imenso, só queria dizer que o cristão não é um tipo pronto: tem gente de todo tipo. E que o cristianismo que “aparece” é o que compra espaço na mídia: o neopencostalismo que crê em prosperidade e em “valores” segregatórios. Dentro da igreja, o moralismo é utilizado como mecanismo de controle por pastores midiáticos. Só assim eles controlam muita gente junta.

Mas também tem muito líder nas igrejas que não tá nem aí com isso. Nem com mídia, nem com controle estúpido sobre a vida das pessoas. Os caras só querem ajudar quem entra todo ferrado na igreja em busca de uma solução pra uma vida desgraçada por diversos motivos. Tem gente que entra desempregada, gente que entra sem família porque destruiu tudo, gente que entra depressivo e querendo se matar. E essas pessoas encontram amor e assistência social na mão de pessoas que acreditam nos valores cristãos de verdade e se doam aos outros.

Então o fato é que eu acredito em Deus, acredito que a gente pode se doar pelos outros e acredito que existe um cristianismo resignado. Um cristianismo que não precisa se apoiar em pregadores midiáticos conservadores e que controlam seus fiéis via cabresto e promessa de grana.

Eu só queria falar isso porque tentar estigmatizar crença é inadmissível, sob qualquer aspecto. E sempre reducionista.

Para ler mais sobre o assunto:

Sobre o Cristianismo

Silas Malafaia, Pare de Tentar Falar por mim

Por que é necessário barrar a bancada evangélica?

Todos Perdem Quando Política e Religião se Misturam

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