
Sério que você acha isso ruim? (Fonte: http://www.estadao.com)
Existe muita gente no mundo que considera a polêmica uma forma de se diferenciar em um ambiente social. O raciocínio é simples: existem pessoas que vão contra o senso comum para utilizar a diferença como forma de identidade. Isso é errado? Não. Cada um se apega aos valores que quiser. Mas às vezes acaba ficando meio chato, no seguinte sentido:
O assunto é Big Brother. O discurso é “pare de assistir e vá ler um livro”
O assunto é novela. O discurso é “pare de assistir e vá ler um livro”
O assunto é redes sociais. O discurso é “pare de acessar e vá ler um livro”
O assunto é futebol. O discurso é “pare de assistir e vá ler um livro”.
O “reductio a vá ler um livro” não torna ninguém mais inteligente, ainda que “ler um livro” continue sendo sinônimo de cultura no imaginário popular. Mas o que é importante ressaltar aqui é que esse discurso acaba embasando, indiretamente, um outro discurso: o contrário à Copa do Mundo. Não o das ruas, expresso em manifestações que foram se esvaziando progressivamente desde o último mês de junho. Mas no discurso que planeja um boicote à Copa do Mundo “pra ler um livro”, como se o futebol fosse uma manifestação cultural inferior.
Não é não.
Bem, pra começo de conversa, existem críticos e críticos. E é possível identificar dois tipos entre eles.
1) A galera que politiza a Copa do Mundo
Bem, o Brasil vai sediar a Copa do Mundo e isso está definido desde 31 de outubro de 2007. São quase sete anos. Nesse tempo, aconteceu muita coisa. Promessas políticas feitas na época não foram cumpridas. Foi utilizado muito mais dinheiro público do que se deveria. Um exemplo didático sobre o tema é essa reportagem da Trivela sobre como a Arena da Baixada se transformou, de um estádio “privado”, em um sorvedouro de recursos públicos às vésperas da Copa do Mundo.
É óbvio que isso é errado. É óbvio que devemos nos revoltar. É óbvio que devemos reclamar até que os políticos que cometeram abusos sejam responsabilizados. Pô, é revoltante demais ver comunidades sendo desapropriadas por “Obras da Copa”, cidades sendo higienizadas para receber turistas, trabalhadores morrendo em construção de estádios. Mas esse não é um problema da Copa do Mundo. É um problema do Brasil.
Problemas fundiários e de elitização de ambientes são históricos no Brasil. Quando um país recebe um evento de porte mundial, como a Copa do Mundo ou a Olimpíada, ele não muda. Não fica pior ou melhor APENAS por receber o evento. Receber a Copa do Mundo só exacerba as características que o país sempre teve.
E algumas delas são bem negativas: a leniência com a corrupção, a visão histórica do governo como um grande paizão que vai resolver tudo, a insistência em deixar tudo para a última hora, a malandragem, a ideia de sempre se dar um jeitinho nas coisas. No entanto, outras características são positivas: a criatividade, a alegria, a disposição em festejar, a insistência em fazer as coisas apesar da corneta generalizada e a alegria em ser anfitrião são alguns exemplos.
O brasileiro, apesar de tudo, é um baita povo. No fundo, a maioria de nós, enquanto povo, age que nem aquela tia que, quando você chega de surpresa, faz o que pode e o que não pode pra agradar. Faz aquele café da tarde com pão, queijo, presunto, broa de fubá, e põe até umas frutas na mesa mesmo sabendo que ninguém vai comer, só porque é chique.
E não se enganem: estamos de braços abertos pra todo mundo sim. Se haitianos ou bolivianos são tratados que nem gado por aqui, não é pelo povo. É culpa do descaso dos governos e da ingerência de empresários que tentam contratá-los em regime de semiescravidão. Prova disso é o caso recente dos imigrantes do Haiti que foram mandados pra São Paulo e abrigados na paróquia Nossa Senhora da Paz. O próprio padre, Antenor Della Vecchia, afirmou: “Do poder público, não recebemos ajuda, mas da comunidade civil já tivemos várias manifestações de solidariedade”
O brasileiro médio é bondoso pra caramba. É “gente boa”. E ser “gente boa” é muito diferente de ser um “cidadão de bem”. O cidadão de bem é o cara que usa o marketing da bondade pra cometer qualquer tipo de atrocidade, estilo linchar uma inocente no Guarujá. A gente doa dinheiro até para coisas meio picaretas, como o Criança Esperança.
O político brasileiro merece ficar sem a Copa do Mundo. O empresário corrupto que faz parcerias com o político para levar vantagens indevidas também merece ficar sem a Copa do Mundo. Mas o brasileiro médio, que tem um monte de defeitos e qualidades, não merece nunca ficar sem a Copa.
Diversos países já desistiram que promover eventos como Copas do Mundo e Olimpíadas. A maioria deles, antes da escolha. Plebiscitos recentes na Áustria e na Suécia provocaram a desistência de candidaturas a eventos desse porte. A Colômbia, em 1982, desistiu de organizar a Copa de 1986. Mas nenhum país desistiu de organizar uma Copa do Mundo um mês antes do evento, com a estrutura já pronta. E nenhum país desistiu de organizar uma Olimpíada desde o final da Segunda Guerra Mundial.
Então, convém acordar: a abordagem crítica, sem extremismos, pode levar, por exemplo, a uma melhor gestão dos recursos públicos nesses dois anos que faltam para as Olimpíadas do Rio de Janeiro.
2) A Copa do Mundo é uma manifestação cultural inferior
O correto mesmo era mandar quem usa esse tipo de argumento à merda, sem nem argumentar de volta. Mas é exatamente esse o argumento de fundo daquela galera do começo do texto que acha melhor “ler um livro”. É um argumento elitista e jocoso, que tem embutido em si um preconceito absurdo. Para os partidários do “vá ler um livro”, existem manifestações culturais “superiores” e “inferiores”. É um argumento que tá todo errado.
A Copa do Mundo é uma manifestação cultural belíssima. Assim como o Carnaval, a mobilização em torno das novelas, a torcida por um piloto de Fórmula 1 e mesmo os reality shows. São retratos de um povo, daquilo que interessa para esse povo, são pequenas coisas, que, juntas, moldam o caráter do país.
E a Copa do Mundo, além de ser uma manifestação cultural, é um momento histórico também. Que mobiliza, por um mês, até mesmo quem não gosta de futebol. Que traz recordações que ficam por toda a vida. É a homenagem ao Senna na Copa de 1994, o Leandro morrendo na Copa de 1998, a comoção popular pela eliminação na Copa de 1982, e mais um monte de momentos que vão além dos jogos em si e ficam marcados na História. É mais importante do que qualquer livro que se queira ler.
Só a Copa do Mundo faz uma pessoa como a minha mãe, que NUNCA para na frente da TV para assistir jogos de futebol, ficar fazendo piadas na família até hoje porque apostou antes do início da Copa de 1998 que a França seria a campeã. Ir “ler um livro” é perder a chance de participar desses momentos históricos, e de compartilhá-los depois. E desprezar o evento é desprezar todos os que trabalharam por ele. Não apenas construindo estádios, mas pintando ruas, vendendo bandeirinhas, vestindo camisas, preparando pipoca na hora dos jogos.
A Catarse Coletiva
A FIFA é uma entidade corrupta que trabalha contratando governos coniventes com essa corrupção? Sim. O dinheiro manda no mundo do futebol como nunca mandou antes? Sim. Mas o fato da Copa do Mundo continuar sendo uma enorme catarse coletiva APESAR DE TUDO ISSO só mostra como o evento é enorme. Não há Super Bowl ou final de Champions League que chegue perto disso.
O mês de Copa do Mundo é um mês atípico. É um mês em que as pessoas estão felizes porque se sentem companheiras umas das outras, de alguma forma. É um sentimento similar ao que acontece nas Olimpíadas, na ImpedCopa ou na Copa Trifon Ivanov. Não importa tanto assim ganhar. O que importa, de verdade, é participar de momentos de amizade e descontração e ver a história sendo escrita. Seja por um dia, por duas semanas ou por um mês.
Esse estado de catarse coletiva é tão bom que pode ajudar o povo brasileiro sair até melhor da Copa do Mundo. Porque a Copa é aqui, e se tudo der certo, todos ficarão com aquela sensação bacana de dever cumprido. Porque muitos de nós assistiremos aos jogos, mesmo sem ter muito dinheiro. É uma oportunidade única, nesse sentido.
A Copa do Mundo é uma chance de nos tornarmos uma sociedade melhor, que vai mostrar ao mundo que é capaz de organizar grandes eventos, mesmo com um monte de falhas. É uma oportunidade para modular a auto-estima do povo brasileiro, que sempre oscila entre o ufanismo exacerbado e o complexo de vira-latas. Os problemas continuarão existindo, mas teremos em nossa história o legado de termos feito, por um mês, algo bacana pela humanidade.
No mês de junho, 32 países estarão no Brasil, atrás de um troféu. Outros tantos estarão olhando para cá, de olho no maior evento do mundo. Você pode participar disso, ter alguns momentos de alegria, outros tantos de tristeza, pode ver histórias memoráveis e contá-las para os filhos e netos depois. Ou pode “ler um livro”, ficar bancando o chato nas redes sociais e ver a história passar diante de seus olhos.
Mas saiba: um dia, daqui uns 10 ou 20 anos, seu filho ou sobrinho vai virar e perguntar pra você como foram as coisas quando aconteceu a Copa do Mundo no Brasil. Você pode contar um monte de histórias legais do evento. Ou pode gaguejar e dizer que, na época, estava lendo livros.
Bom, eu não vejo reality show. Mas gosto de F1. Mesmo que o Brasil não ganhe, vai ser muito legal.
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Um contraponto dessa historieta de “va ler um livro” eh isso: voce pode ver a copa, assistir `as olimpiadas e continuar lendo livros. Ninguem precisa ficar lendo livros o tempo todo.
Nos ultimos 20 anos da para contar-se no dedo os livros que li. Acredito que foram fundamentais na minha formacao academica, cultural e ate mesmo no meu carater.
Contudo, ja se faz um bom tempo desde que sentei para ler um livro e isso me convenceu de que o tempo gasto foi verdadeiramente util. O que se ve atualmente sao mais publicacoes que poderiam ser classificadas como “de bolso”.
Ou seja, autores expressam suas opinioes, atraves de um mercado dominado por grupos financeiros no intuito unico de ganhar dinheiro com isso. Nao estao desejando construir um mundo melhor senao para si mesmos.
Entao, que venham a copa, as eleicoes e as olimpiadas. Pelo menos nestas o povao entra e participa!
http://poucodeprosa.wordpress.com/2014/05/10/vai-ter-copa-sim-e-vai-ter-copa-pra-caramba/
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“Mas saiba: um dia, daqui uns 10 ou 20 anos, seu filho ou sobrinho vai virar e perguntar pra você como foram as coisas quando aconteceu a Copa do Mundo no Brasil. Você pode contar um monte de histórias legais do evento. Ou pode gaguejar e dizer que, na época, estava lendo livros.” —> o exemplo de “vá ler o livro” é extremamente infeliz……muito, muito mesmo…….avança entre o vazio do senso comum caindo diretamente no buraco negro das teorias para serem ignoradas. E esta perguntinha no final é de um moralismo barato bizonho. É triste ver quando alguém precisa justificar sua felicidade para se impor, de alguma forma, sobre quem não se diverte da mesma forma. Alguns chamam isso de mesquinho, ou egoísmo, ou os dois. O discurso de o “Brasil sempre foi assim” ou “isso é histórico” também se encaixam no “avança entre o vazio do senso comum caindo diretamente no buraco negro das teorias para serem ignoradas.”
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Eu acho que não foi esse o sentido que eu quis dar pro texto. Só fiz uma crítica específica a dois tipos de pessoas que PRECISAM SER CRITICADAS SIM:
– O sujeito que diz que é contra a Copa do Mundo apenas por modismo de Internet, pra parecer culto ou coisa do tipo (e às vezes até assiste os jogos e se diverte com a família, “fora” da Internet
– O sujeito que quer fazer uso político de forma oportunista da Copa do Mundo.
Eu fiz uma crítica política sim e acho que tudo o que foi feito de errado deve ser punido. EU acho legítimo demais o cara que sempre foi contra a Copa do Mundo por qualquer motivo continuar sendo. Eu só acho que há um abismo imenso entre o “Intelectual” e o “sujeito que quer se diferenciar para parecer intelectual na Internet”.
E nem acho que a diversão se sobrepõe a não-diversão não. Só acho que muita gente vai ficar nessa história de “Não vai ter Copa” só por modismo e depois vai se arrepender amargamente. Não há nenhum juízo moral nesse sentido aqui não.
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Desculpa a sinceridade um pouco dura, mas tem muito juízo de moral sim, seus argumentos não vão muito além disso. A questão da Copa do Mundo é até secundária na minha crítica. O texto esta ruim como conteúdo, com exemplos mal escolhidos e comparações forçosas, enviesadas para questões morais, como modismo x intelectualidade, como se mudar de idéia fosse um crime, acima de tudo, moral.
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Parece muito justo da sua parte tecer essa crítica. Se soou assim, desculpa, nem foi essa a intenção.
Eu nunca achei um crime moral mudar de opinião. Pelo contrário. Mudar de opinião é uma ferramenta essencial para o sujeito não se tornar uma pessoa de pensamento anacrônico. O problema do texto, no entanto, foi tornar genérica uma crítica que deveria ser mais específica, e nisso eu concordo que poderia ter amarrado melhor a argumentação e dado exemplos melhores.
A intenção foi fazer um texto com a temática “dá pra aproveitar a Copa do Mundo tendo uma abordagem crítica ao evento e a como ele foi concebido”. Talvez eu não tenha conseguido expressar essa temática da melhor forma.
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Léo, você expressou de forma simples, com leitura não tanto complexa a diferença entre “pensar diferente de forma igual” e “pensar igual de forma diferente”.
Quando uma massa é manipulada a destituir um governo a todo custo apenas por pura sobrevivência e egoísmo, eles serão induzidos à crítica falsa, ataques e violência verbal sem se darem conta que já estão sendo manipuladas. É uma forma de “pensar diferente de forma igual”, onde eu “tenho uma ideia diferente da maioria”.
Já quando a massa é manipulada a manter um governo a todo custo, vale a famosa expressão “pão e circo”.
Para o restante que analisa imparcialmente, busca a solidariedade, altruísmo (coisa que a classe inteligente não tem), critica o que está errado e também qualquer tipo de crítica contundente, sem levar a questão a níveis culturais (porque cultura popular e arte são ambas culturas)…a esse restante cabe tentar expor a forma diferente de pensar, “pensando igual mas de forma diferente”.
Uma pessoa certa vez me chamou de analfabeto funcional, petista e sem cultura. Quando comecei a discutir e levantar assunto sobre voto proporcional/distrital, ciência, história e tentar pensar ali, juntos, o real motivo de uma escala pentatônica proporcionar o improviso musical, a pessoa encerrou o assunto dizendo que “é tudo culpa do Bolsa Família”.
Na boa, pra mim só resta lamentar por essa classe cheia de ódio e arrogância…
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A copa do mundo gerou ~motivação~para uma serie de violações de Direitos Humanos, existem CRIMES acontecendo e sendo praticados por grandes empresas ao ferir os principios democráticos de direitos. Democracia é direto, quando uma empresa interfere nos direitos ela interfere na propria democracia. A copa vende privilegios e privilegos são anti-democráticos. o exemplo mais simples é o aparato de GUERRA que a policia adquiriu para reprimir qualquer manifestação publica, vamos abrir um livro de historia no capitulo da Ditadura para recordar e viver?
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Leo, eu gostei da demolição da ideia da Copa do Mundo como evento cultural inferior e do ataque a essa máxima besta do “vai ler um livro”. No entanto, discordo dessa condescendência em relação ao povo brasileiro, como se ele não fosse partícipe da corrupção generalizada, da síndrome de deixar tudo para a última hora, deixando a entender que escolhemos a dedo nossos piores cidadãos para ocupar cargos de poder, ou que eles são frutos de uma classe alienígena, sem relação com aqueles que os elegem. É uma bondade de superfície, mais calcada em demonstrar um prestígio próprio, ser elogiado, que numa noção coletiva de solidariedade, na minha opinião. Sobre a catarse coletiva, não acho que a Copa tem o poder de modulá-la. Nesses períodos, o ufanismo exacerbado se demonstra sem pudor nenhum, e muita gente embarca na onda para, no fim, empurrarmos a ficção de um país unido e bem-sucedido por mais algum tempo. Abraços!
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Cara, eu nem fui condescendente. Se fosse condescendente, esconderia os defeitos, e eles estão aí, escancarados no texto. Eu sempre defendi que os defeitos do povo brasileiro são exatamente os mesmos defeitos dos políticos, às vezes de uma forma até meio fatalista (exemplo: http://poucodeprosa.wordpress.com/2013/07/08/brasil-o-pais-que-fracassou/)
Só que dos defeitos todo mundo fala. Estão escancarados por aí, em um monte de reportagens na grande imprensa. Continuar falando deles no mesmo tom é chover no molhado. A questão é que nossa bondade, mesmo sendo superficial, é um negócio raro de se ver. Uma coisa que eu esqueci de falar no texto e que é importante frisar é que o brasileiro, em geral, é um povo que só consegue fazer coisas legais se está motivado. Por isso que aqui técnicos “motivadores” sempre vingam, assim como os livros de auto-ajuda. Nossa auto-estima coletiva precisa estar sendo constantemente alimentada. Senão nossas características mais nefastas se sobrepõem sobre as características bacanas.
E eu acho que o ufanismo exacerbado é só um dos aspectos dessa catarse coletiva. Eu ainda vejo períodos como a Copa do Mundo como períodos de integração social, com pessoas se reunindo para assistir jogos, discutir ou fazer bolões, por exemplo. Com a Copa sendo aqui, tem tudo pra esse sentimento de companheirismo coletivo ser ainda maior. Pode ser um otimismo bobo, mas é melhor fazer uma boa aposta e se decepcionar do que ver as coisas de fora e se arrepender depois.
Abraço!
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O brasileiro é um Maria-vai-com-as-outras. Ele é capaz de criticar alguma situação só porque é moda, porque a pessoa do lado também está criticando, coisas desse tipo, sem ao menos tomar conhecimento da situação.
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Ser relativista é fácil, não exige rigor de pensamento é só aceitar as coisas como são. Por isso a maioria é relativista. Ler não quer dizer nada se for um ato mecânico de olhar para um texto sem valor, agora falar que o ato mecânico de umas pessoas jogando uma bola em uma trave tem o mesmo valor de, por exemplo, uma peça de teatro com uma estrutura perfeita e personagens bem-delineadas falando frases profundas é só clichê acadêmico. Quem fala isso nem cultura tem, nem sabe o que é arte, não sabe o que é literatura, só está repetindo o que os outros ignorantes dentro e fora das universidades falam. Este texto é só uma defesa boba de um evento tolo.
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Não, amigo. A cultura erudita pode conviver com a cultura popular. A segmentação é que é boba, não o evento Copa do Mundo (ou qualquer outro evento que produz mobilização da sociedade). Eu posso ler boa literatura, acompanhar peças de teatro, ir em exposições de arte e ainda assim assistir jogos de futebol. Especialmente em um evento abrangente que mexe com identidades nacionais, como a Copa do Mundo.
O segredo para isso é um só: não ter preocupação com a imagem que você quer passar para a sociedade, fazendo aquilo que você acha relevante. Fazer as coisas para seguir um padrão pré-definido é sempre um limitador.
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Muitas vezes as pessoas são muito inteligentes (intelectualizadas – nem sei se essa palavra existe) que chegam a serem burras e ignorantes.
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Eu não sou contra a copa.
SOU CONTRA A:
FALTA DE SAÚDE,
FALTA DE EDUCAÇÃO,
FALTA DE SEGURANÇA,
FALTA DE APOIO A OUTROS ESPORTES …
KKKK VOU PARAR PORQUE FALTA UMA PO…. DE COISA PARA DEPOIS SE PENSAR EM COPA.
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Obrigado pelo texto bonito e transbordando de humanidade.
A Gringa aqui, até chorou.
Vamos à ela!
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#somostodosbrasil -Ripa na chulipa e pimba na Gorduchinha – Abra sua mente VOTE CONSIENTE!
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Republicou isso em Florencio1's Blog.
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Parabéns peço otimismo. Mas confesso que me deu meio q preguiça… Não sou politizada, nem sou do contra, nem nada – mas sustento uma casa. E tenho que desabafar: a copa pra nós foi um desastre. A cidade está cheia de obras, o que atrasa tudo – inclusive as próprias obras estão sempre atrasadas. A inflação, galopante ( ok, farei de conta que a copa nada tem a ver som isso). Talvez o que me chateie de verdade seja o fato de o brasileiro médio ter também uma mentalidade medíocre, dessas que esqueça tudo o que está acontecendo por uma copa, um big brother ou qualquer coisa que produza uma pseudo catarse. Talvez o que me canse seja a pura e simples alienação, e formadores de opinião que acreditem que essa alienação possa ser boa. Eu não mandaria ler um livro: recentes pesquisas revelam que o brasileiro médio sofre de analfabetismo funcional, então gastaríamos livros à toa e sou contra desperdício. Acho que o brasileiro médio, com sua mentalidade média, sua educação meia boca, e sua necessidade contínua de catarse mereça a copa, e qualquer coisa que o f… completamente sem que ele, anestesiado, consiga tomar alguma consciência disso.
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Eu entendo completamente seu comentário, inclusive porque também sustento uma casa.
E eu não disse que a gente deve esquecer tudo o que está acontecendo pela Copa. Não, pelo contrário. A gente deve manter a abordagem crítica, a cobrança, tentar fazer um país melhor. Mas não vejo a crítica e a Copa do Mundo como coisas excludentes. Eu posso criticar desmandos da FIFA, contratos esdrúxulos, negociatas entre governos e empreiteiras, superfaturamento, e ainda assim viver esse mês de Copa do Mundo sem peso na consciência. Porque a Copa vai além da FIFA e do governo do país que a organiza.
Eu não acho que dá pra reduzir a Copa do Mundo apenas a um “evento alienante”. É um evento histórico que traz implicações de todos os tipos. No contexto da Copa das Confederações, mesmo, surgiram as maiores manifestações dos últimos 30 anos (ainda que por outros motivos). A Copa do Mundo, especialmente nesse ano de 2014, é uma chance de mostrar o que é de fato o Brasil ao mundo. A gente tem muita coisa ruim pra mostrar (e isso tem sido enfatizado diariamente pela mídia, com razão), mas também tem muita coisa boa.
Minha tese é a de que nossos problemas precedem a Copa do Mundo e não terminarão depois dela. É a de que a inflação de alimentos é fruto de uma política de incentivo ao consumo via crédito que vem de pelo menos dez anos e que vai ter que ser freada uma hora. Mas eu não consigo ver só o lado ruim. Mesmo sem estar anestesiado ou alienado. Não dá pra ignorar os problemas da Copa, que são enormes. Mas também não dá pra ignorar a Copa só por causa dos problemas.
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O mais triste é saber que a maioria das pessoas que têm esse argumento cretino de “vá ler um livro” acham que boa literatura é 50 tons de cinza, Paulo Coelho e Dan Brown…gente que vai comprar o livro daquela imbecil que pretende “simplificar” as obras de Machado de Assis e achar que está lendo “alta literatura”. Sobre o tema, alias, Vargas Llosa foi definitivo no seu livro mais recente, “A Civilização do Espetáculo”.
Belo texto.
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Que texto bobo e vazio.
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Eu devo confessar que fiquei confuso com o propósito desse artigo. Não deve passar despercebido para o autor que a maioria dos brasileiros não está nem aí para política e vive de pão e circo, portanto defender a Copa me parece o equivalente de orgulho hétero. Então as minorias não podem se expressar e fazer oposição ao sistema corrupto ? Citar as expulsões de pessoas por causa da Copa como um detalhe me soa frio. Como se pode curtir um evento que causa tanto sofrimento? Sim, a copa é sintoma e não causa de problemas, mas ela é vendida como um catalisador de melhoras para o país, ou a gente vai gastar bilhões pela pura diversão e ainda ignorar essas atrocidades?
Eventos esportivos como momentos de sintonia coletiva: eu tenho minhas dúvidas se essa teoria realmente pode ser comprovada.
E finalmente, quanto ao velho estereótipo do brasileiro como ‘gente boa’, infelizmente que a própria presidente tem usado ao descrever o brasileiro como ‘gente de bem e trabalhadora’, sinceramente, eu acho isso condescendente e falso. O brasileiro é simpático mas essa simpatia não equivale a ser ético e bom. Maluf com certeza é simpático. Lula também e Sarney é descrito como um cavalheiro. Gente boa para mim é quem é ético em todos os detalhes do cotidiano.
EM TEMPO: as pessoas não criticam a Copa por modismo. Eu certamente nunca gostei de futebol e me desagrada ver meu dinheiro de imposto ser gasto nisso.
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Foi o texto mais imbecil que eu já li
do tipo que nem vale a pena perder tempo apontando
os erros tudo no texto é errado. E são erros grosseiros
que só uma desonestidade intelectual ou deficiencia cognitiva
grave poderiam causar.
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Pingback: Desmistificando os Gastos da Copa do Mundo | Um Pouco de Prosa
… E que o Guitarrista da banda EXCOMUNGADOS não tome tento pois fica batendo no peito orgulhoso nos shows (e vai tocar na virada de sampa hein) por ter queimado o carro da TV RECORD e subido status no BLACK BLOC. E que o VOCALISTA dessa banda PEKINEZ GARCIA tome tento e pare de organizar quebra quebra… queremos a prisão de incendiários…(obs: esses são os mesmos que estavam presentes na morte do punk JOHNI RAONI GALANCIAK/vide google)AJUDEM A DENUNCIAR!
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Puxa vida! Quanta discussão e não dá mesmo para ser diferente. É a liberdade de pensamento e de expressão. Agora, existem inúmeras formas de se ler um livro, desde apenas ler o que está escrito, ler nas entrelinhas, ler através do texto, além do texto, … Ler é algo muito simples, mas também pode se tornar algo maravilhosamente completo e complexo. Por que não? Essa discussão toda, assim como, assistir ou não aos jogos, torcer ou não pelo sucesso e vitória do Brasil só valerão a pena se não se restringirem a esse campo (Com dubiedade de sentido, sim!)
FUTEBOL VERSUS LIVROS.
O que é isso, minha gente? Pode-se muito bem ler de verdade e ser, ao mesmo tempo, um apaixonado pelo futebol. Há muitos bons livros ainda sendo publicados com seriedade, a despeito dos interesses financeiros. Temos acervos excelentes em inúmeras bibliotecas país afora. Não é por falta de bons livros que vamos deixar de ler. Quanto ao futebol e à Copa, que não sejam desculpas para o que não presta, não é mesmo?
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Vou contar para meus filhos que lutei! Votei com consciência! Que tentei mudar o Brasil pra ele! Acredito que deveríamos em troca de fazer algo legal para a humanidade em 1 mês, possamos lutar por um pais melhor para os BRASILEIROS! ler livros na copa? Acredito que não! Financiar um esquema tão sujo? Também não! Entendo seu ponto de vista e vc tem direito de ter “diversão”. Estão dando pão (bolsa família) e circo (copa) paa o povo e o mesmo ficará feliz! E um povo feliz reelege! Não sou contra a copa como evento, sou contra essa palhaçada! Gastar cerca de 35 bilhões?! Vc já dependeu de saúde pública? Vejo pacientes morrendo por falta de leito! Já dependeu de educação pública? Existem crianças que estudam sentadas no chão! E o livro que o governo oferece tem seu hino nacional escrito errado! Você já dependeu de transporte público? Já foi encoxado! Já viu seu ônibus passar lotado? Já saiu de casa alguma vez com medo de não voltar? Já teve medo de levar uma bala perdida? Já assaltado? Então….. Acredito que podíamos ter investido vários bilhões nessas “pequenas” coisas! Melhorado a qualidade de vida do brasileiro! Estou cansada de pagar mais da metade do meu salário em impostos (alimentação, gasolina). Acho absurdo o Brasil gastar dinheiro do tesouro pagando empresas de energia elétrica! Estou cansada de ver meus iguais brasileiros serem menosprezados! Maltratados! Marginalizados! E fico com mta pena desse 150 mil voluntários para essa copa! Esses voluntários já ajudaram alguma ONG? Já ajudaram crianças? Moradores de rua? Pessoas????? Eu sou contra a copa como um sistema furado de fornecer, um mês apenas, como vc bem disse pra esse povo ignorante que vende voto em troca de migalhas! Sou é sempre serei! Usarei preto! E contarei mtas histórias para meus filhos e netos! Lhes contarei que fui contra e explanarei meus motivos! E espero que, nessa época, o Brasil seja um pais mto melhor e eu possa dizer: não vi jogo, queria que a seleção fosse a merda, mas consegui mudar um pouco desse pais pra te dar um futuro melhor! Essa é a melhor maneira de dizer que amo meus iguais! E se Deus quiser Mtos lerão livros, mas mto irão pra rua e Mtos votarão certo!!!! Boa copa “evento” pra vc!
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