Rigoberto, AQUELE, sempre acreditou que não se deve dar o peixe, mas se deve ensinar a pescar.
Resolveu provar sua tese na prática. Ia ensinar alguém a pescar. Saiu na rua e pegou Tilico, morador de rua da região, para isso.
Preparou todo um curso de pescaria personalizado. Dezessete módulos diferentes, para pesca com vara e anzol, com rede, em água doce, em alto mar. Falou até da criminosa pesca de arrasto, e montou um módulo especial “como montar sua própria fazenda de camarões ou de salmões”.
O curso durou um mês. Das oito da manhã às dez da noite. No resto do período Tilico ficava em um quarto, estudando o conteúdo aprendido no dia.
Na última segunda-feira do curso, Tilico não apareceu. Rigoberto chegou furioso ao seu quarto. Bateu, ninguém respondeu. Chutou a porta até ela se abrir. Tilico estava inerte na cama, encolhido, com as mãos sobre a barriga. Tilico estava morto.
Rigoberto achava que não tinha que dar o peixe. Tilico morreu de fome antes de aprender a pescar.
Rigoberto deu uma bufada e saiu do quarto, mandando seu empregado tirar Tilico e as coisas dele de lá. “Fraco. Não merecia aprender a pescar.”
Rigoberto segue acreditando na meritocracia.
TUDO É RELATIVO… LÓGICO QUE O BOM SENSO DEVE PREVALECER. DEVEMOS DAR O PEIXE A UMA CRIANÇA, POR EXEMPLO, PELO TEMPO QUE FOR PRECISO, ATÉ ELA COMSEGUIR PESCAR SÓZINHA… MERITOCRACIA, COMO TUDO NA VIDA, NÃO SERVE SE FOR LEVADA “À FERRO E FOGO”…
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