A segunda libertação de Mandela

No mundo existem seres humanos bons e ruins. E existem os que são maiores que o seu tempo. Nelson Mandela foi um desses.

Tudo o que for falado sobre Nelson Mandela é menor do que ele foi. Ele ficou 28 anos na prisão, saiu, e ao invés de fazer um governo de retaliação, como a maioria dos demais governantes africanos, fez um governo de conciliação. Soube perdoar. Uniu o país integrando toda a sociedade. Viu o país sediar uma Copa do Mundo de Rugby e uma Copa do Mundo de Futebol (a Trivela escreveu mais sobre o assunto). Viveu muito, mas no final já era refém de um corpo calejado pela vida. Sua morte foi uma libertação.

Agora, ele deve estar chegando no céu. Se Deus for esperto, recebe ele com desfile no carro de bombeiros, dá um abraço apertado e fala pra Madiba que ele foi mais ou menos o que Deus queria que todo ser humano fosse. Perdoador, conciliador, motivador. E ainda colocava ele pra apaziguar os ânimos entre os Serafins e os Querubins, que se Mandela conseguiu promover a igualdade racial entre humanos, entre anjos deve ser bem mais fácil.

Mandela está livre, pela segunda vez. Certamente a alma de Mandela deve estar fazendo o mesmo gesto de triunfo que seu corpo fez na primeira libertação. A da prisão, depois de 28 anos preso sob o regime do Apartheid.

Mandela saindo da prisão (Fonte: the Guardian)

Mandela saindo da prisão (Fonte: the Guardian)

Mandela era enorme. Agora, que descansou, é ainda maior. E a melhor forma de honrar o seu legado é seguindo o seu exemplo em nossas atitudes.

Obrigado por ter existido, Mandela!

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4 comentários sobre “A segunda libertação de Mandela

  1. Fala, Rossatto!
    Gosto da maioria dos seus comentários, mas hoje você opinou sobre duas coisas que vejo como defeitos seus.
    1-) Vasco, Atlético-PR e Icasa: concordo que os dois primeiros deveriam ser rebaixados pela confusão no domingo, mas essa sua lembrança de puxar o Icasa para a série A faz parte da sua mania em fazer justiça social pelo futebol, mesmo que sejam em coisas pouco ou nada significativas. Exemplo: você alçou a campeão da sua Copa do Mundo B a “injustiçada” seleção de Cabo Verde. Claro que nunca seria uma Suécia ou Dinamarca, né? Se a ideia fosse posta em prática hoje, a Ucrânia teria mais chances. No Brasileirão, se o quinto fosse um time grande, vc ignoraria a questão. Não existe Tapetão do Bem. Se fosse assim, deveríamos louvar o pequeno São Caetano pelo benefício na Copa João Havelange. Mas há a questão de rivalidade por vc ser de Sto. André, né?
    2-) cancelamento de jogo da Champions League na Turquia por causa da neve: você deveria saber o quanto a qualidade de um jogo de futebol é prejudicada num campo sem condições ideais para uma partida. Você afirma com segurança que já viu lugar com menos neve, que a NFL rolou numa condição pior, etc., mas o que se sobressai é sua raiva ao torneio, que vc já destrata como “gourmet”. Na rodada passada da Europa League, o Tottenham fez um péssimo jogo na Escandinávia por condições ruins de campo devido ao clima. Para ser justo com sua “ideologia”, pega um jogo da Copa São Paulo de Futebol Junior, em janeiro das chuvas, com um campo todo zoado pela lama e água. Você acha que os jogadores e a torcida merecem isso? Não creio que alguma questão de elitismo mereça ser considerada nesse episódio.
    (Leia este comentário como um conjunto de críticas positivas, ok? Sem fazer mimimi. haha)
    Abs

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    • Olha, se tem uma coisa realmente bacana é esse tipo de feedback. Vamos por partes

      1) Eu comentei sobre o Icasa em tom de galhofa. Seria até injusto eles subirem no tapetão, sem o mesmo mérito, depois da campanha milagrosa desse ano na Série B. Mas faz todo o sentido do mundo a sua argumentação, e eu realmente sofro dessa coisa de querer subverter relações sociais através do futebol, o que tem aspectos bons, mas acaba deturpando a visão de competição.

      2) Eu realmente vacilei em relação a Champions. E nem vou falar que não gosto do torneio, porque é o melhor torneio de times do mundo, em nível técnico. O “gourmet” foi um momento de raiva (bem indevido) porque eles decidiram não continuar o jogo entre Galatasaray e Juventus na neve. É algo que eu discordo, queria que continuasse, é bacana ver jogos de futebol na neve, mas se os jogadores e o árbitro acharam mais seguro parar foi uma prerrogativa deles e tinham motivos. Mas é o que eu falei, na hora fiquei com raiva, soltei a pérola e depois parei, pensei e fiquei com aquela sensação de ressaca moral “meu Deus o que foi que eu falei”?

      E claro que vou encarar como críticas positivas, nem tem como encarar de outra forma. Abraço!

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