A derrocada do Esporte Clube Santo André em números

No texto passado, fiz um exercício de imaginação questionando o que seria do futebol brasileiro se o Santo André tivesse ganhado a final do Paulistão de 2010, contra o Santos. A partir daí, o Santo André só decaiu.

Para todos os efeitos, seguem as estatísticas do time à partir de 02 de maio de 2010, logo após aquela fatídica final:

Campeonatos disputados: 6

2010

Campeonato Brasileiro – Série B (rebaixado em 18º lugar)

2011

Campeonato Paulista (rebaixado em 20º lugar)

Copa do Brasil (eliminado pelo Palmeiras nas oitavas de final)

Campeonato Brasileiro da Série C (16º lugar, só não foi rebaixado porque o Brasil de Pelotas perdeu seis pontos por escalação de jogador em situação irregular)

2012

Campeonato Paulista da Série A-2 (14º lugar, lutando contra o rebaixamento até a última rodada)

Campeonato Brasileiro da Série C (18º lugar, rebaixado para a Série D)

Estatísticas:

Em dois anos e meio, o time teve um impressionante aproveitamento de 35,49%. Para ter ideia, com esse aproveitamento o time terminaria o Brasileirão com 40 pontos (desempenho pior que o do Brasileirão de 2009, em que o time fez 41 pontos e foi rebaixado).

Além disso, o time não teve saldo de gols positivo em NENHUM campeonato disputado no período, fez 114 gols (média de 1,06 gol por jogo) e sofreu 154 gols (média de 1,43 gol por jogo). Venceu 26 vezes, empatou 37 vezes e perdeu 45 vezes. Média de uma vitória a cada 4,15 jogos e uma derrota a cada 2,4 jogos.

No total, se considerarmos o rebaixamento de 2009, são 4 rebaixamentos em 34 meses (que poderiam ser cinco, se o time o Brasil de Pelotas não tivesse perdido pontos em 2011). Uma marca inédita para qualquer time brasileiro (o Santa Cruz e o Juventude acumularam “apenas” 3 rebaixamentos consecutivos)

Além disso, o time não recebe a torcida no estádio desde 11 de setembro de 2011. O descaso da administração Aidan Ravin (que não foi reeleita) fez com que o estádio ficasse sem receber público durante todo esse período (416 dias, e contando).

Dívidas

O valor das dívidas é incalculável. A maioria em débitos trabalhistas. Como o clube é uma caixa-preta, é impossível estimar o valor da dívida. Assim como é impossível estimar o volume de recursos desviados (e se foram realmente desviados) por Ronan Maria Pinto desde 2010, quando vendeu o time para bancar as campanhas a deputado federal de Marcelinho Carioca e a deputado estadual de Romualdo Magro Filho. Provavelmente de forma não explicada, porque é impossível, lembrando da estrutura das campanhas, acreditar que o candidato Romualdo tenha gastado apenas R$ 96.376,50. E nem que Marcelinho Carioca tenha gastado apenas R$ 325.090,43.

O dinheiro de “clube formador”, recebido com a venda de venda do Willians do Flamengo para a Udinese, também teve destino inexplicado. O fato é que as dívidas continuam se acumulando e uma administração que assumiu se dizendo “profissional” afundou o Santo André na pior crise de sua história, em parceria com o prefeito que mais atrapalhou o clube em toda a sua história.

Conclusão

O time está em frangalhos. Precisa ser refundado. Precisa de novos caminhos. E precisa afastar definitivamente todos os que contribuíram para a derrocada do time nos últimos anos. A lista completa está aqui, descrita no brilhante blog do Edu Passos, Valter Bittencourt e companhia.

Os números só mostram o que a torcida já sente diariamente: que o Santo André está morrendo, como fruto de uma administração incompetente e egoísta. Que deve ser afastada do clube o mais rápido possível, antes que não dê tempo de salvar mais nada.

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