O Brasil sempre teve a fama de ser o país do futebol. Isso parece tão incontestável que virou um clichê nacional. Mas será que somos mesmo?
Existem milhões de argumentos para falar que não: nossos estádios são vazios, nossa torcida não gosta de futebol, mas do Brasil ganhando (por isso que a Globo, com seu ufanismo, faz tanto sucesso e é imitada), os melhores jogadores do mundo não atuam por aqui. Nossa seleção nem mesmo é a melhor do mundo atualmente e não chega numa semifinal de Copa do Mundo desde o título de 2002.
Mas eu fiz um pequeno exercício para quantificar quais são os países mais fanáticos por futebol. Algo totalmente sem critério, que pode e deve ser muito criticado: comparei o ranking de países por população com o Ranking FIFA do último mês de junho de 2012. Em dois formatos: o primeiro deles, subtraindo a colocação no Ranking de população da colocação no Ranking FIFA. O segundo, dividindo, para valorizar os primeiros colocados. Já aviso de antemão que o Brasil, 5ª maior população do mundo e 5º lugar no último Ranking da FIFA, obviamente foi medíocre.
População, em ranking, é algo relativo, visto que os países menores contam com populações bem próximas entre si.
Há de constar, também, que os critérios do Ranking da FIFA são muito contestáveis. Mas esse é apenas um exercício, e podemos concluir milhares de coisas dele. É bom para nos debruçarmos nos dados e vermos algumas relações entre população e qualidade no futebol.
Ranking de População menos Ranking FIFA
Ranking de população dividido pelo Ranking FIFA
Percebe-se que:
1. O Uruguai tem desempenho absurdamente superior a qualquer país do mundo se dividirmos a qualidade da seleção pela população do país. É um caso de seleção fora da curva.
2. Ter menos população não proporciona necessariamente grande prejuízo, mas ter grande população não garante nada em um esporte com 11 jogadores atuando. Não é à toa que Índia e China, as duas maiores populações do mundo, estão no final do ranking, acompanhados de outros países muito populosos, como Indonésia e Paquistão.
3. A Europa é favorecida por um motivo simples: é o lugar no mundo com o maior número de estados nacionais concentrados em uma menor área, com tradição no futebol e muitas seleções competitivas. Não é à toa que 16 das 20 melhores seleções do ranking são de lá.
4. Além da Europa, a América do Sul tem destaque. Dá pra constatar que, na média, ainda estão muito acima dos demais continentes.
5. Apareceram algumas surpresas bem colocadas, como Antígua e Barbuda, que segue disputando uma vaga na Copa do Mundo pela Concacaf tendo apenas 80 mil habitantes. Para ter uma idéia, eles eliminaram o Haiti, que teve 4 vezes mais mortos no terremoto de 2010 do que a população toda do Antígua e Barbuda.
6. O Brasil é um dos cinco maiores países do mundo em extensão territorial e em população. Hoje tem a 5ª melhor seleção do mundo. Coerente.
As tabelas dão margem a muitas outras discussões além dessa. Mas hoje, se compararmos população e nível da seleção, está bem claro que o país do futebol não é o Brasil. O país que aproveita melhor seus recursos humanos em uma seleção nacional de futebol é o Uruguai.
Po mano, o ranking da fifa é uma bosta, nada que involva ranking da FIfa pode ser levado à sério.
Ahco que seria masi interessante analisarmos a taxa de ocupação dos estádios, apesar de isso envovler também o fato de o campeonato local ser disputado por váriso times com chances reis de ganhar, se é interessante ou não.
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Hahaha, mas a análise da taxa de ocupação dos estádios é algo que leva muito mais tempo que o Ranking da FIFA (que, de fato, é muito contestável e pouco claro). Esse é um levantamento simples, apesar de sugerir que alguns países conseguem ir muito melhor do que deveriam tendo em base seu contingente populacional.
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Haja vista que os estadios europeus nas series B e C tem médias MUITO maiores que a serie A brasileira… o resultado final não ficaria muito diferente do que voce encontrou, rs.
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Verdade. Se fizermos análise de público, fica bem próximo mesmo.
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pelo seu método, os países pequenos levam vantagens só por serem pequenos!
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