Die Meister… Die Besten… Les Grandes Equipes… The Champions!
Mês de maio. O fatídico mês em que as folhas continuam caindo, 95% dos brasileiros são eliminados da Libertadores, 99% das noivas casam e… a Champions League vira mania, com a iminência da final.
Com a final, surge um monte de chatices associadas à Champions League, que de fato é um torneio bacana e merece respeito. Vamos ranquear aqui as cinco piores:
5. As 839 versões anuais do Hino da Champions League
Toda véspera de final de Champions League é a mesma coisa: fazem milhares de versões, tocadas em todos os programas esportivos possíveis, do famigerado Hino da Champions League. O hino é legal, solene, mas ninguém mais aguenta versão com apito, sanfona, cavaquinho, banjo, triângulo, ou qualquer outra merda de instrumento.
Repórteres AINDA acham uma boa, mesmo depois de ouvir o hino 6 milhões de vezes, mostrar a reportagem da tiazinha de algum lugar no interior do Brasil que ganhou uma camisa do Barcelona e resolveu fazer uma versão percussionada do Hino da Champions embaixo de um pé de pequi. Como se isso tivesse alguma relevância jornalística.
Posso apostar que nos próximos dias alguém faz (se já não fez) mais uma versão do Hino da Champions com o João Carlos Martins, que nem essa do ano passado. Cobrem depois:
4. As comparações com a Libertadores (e com os times brasileiros)
“Ah, mas se esse Barcelona do Messi enfrentasse o Santos do Neymar, apanhava feio”. Meu filho, o Barcelona ENFRENTOU o Santos do Neymar e aplicou uma sova histórica no final do ano passado:
Daí o próximo argumento é ainda mais bacana: “Ah, mas a Libertadores é muito melhor”. Puta merda, ninguém tá querendo ser sommelier de campeonato de futebol. Ninguém quer saber se “o Chelsea sairia na primeira fase da Libertadores”.
É ridículo comparar campeonatos de futebol de continentes diferentes, com histórias diferentes, culturas futebolísticas diferentes e panoramas políticos diferentes. Os próprios jogadores têm objetivos diferentes jogando os torneios. Cada torneio tem sua importância da forma que é. Independente de ser bem organizado. E isso é o bacana do futebol. é o mais democrático dos esportes.
3. A frescura e a arrogância dos europeus
Alguém me explica por que uma final de torneio europeu precisa de uma abertura? Por que precisa de um cara cantando o Hino da Champions num ritmo bizarro (de acordo com o ítem 5) acompanhado de um monte de coreógrafo? Eu sei que o desemprego tá bravo na Europa, a situação não é das mais fáceis, mas esse cerimonialismo dos torneios de futebol europeus é quase um cabide de empregos.
Além desse cerimonialismo, tem a arrogância. Aquela coisa de “somos os melhores, independente do que aconteça”. Aquela gana de falar que a final é sempre o “maior jogo do mundo do maior torneio do mundo”, mesmo que você passe 85 minutos da final com sono. Qualquer Salomon Kalou da vida vira um intocável. Amigo, até o BELETTI já decidiu final de Champions League. Não é possível que seja tudo isso que eles falam.
2. A transmissão da TV aberta
Façamos justiça: não é só a transmissão da Globo que é ruim.
A Band transmite com comentários do Neto. Há de convir que qualquer coisa que tenha comentários do Neto não pode ser levada a sério. E não dá nem pra considerar engraçada, que nem a narração do Galvão Bueno. A partir do terceiro comentário a vontade de mudar de canal ou de apertar o MUTE fica quase irresistível.
Na Globo, os caras conhecem futebol internacional com a mesma profundidade que a minha avó. Minha avó pelo menos é humilde de me perguntar “onde tá sendo esse jogo?” quando vê alguma partida internacional. Quando é jogo internacional e ela vê um time azul, pelo menos tem a sabedoria de perguntar se é a Itália.
Os caras da Globo trabalham com futebol, ganham horrores com isso e cometem erros primários, tipo o nome dos jogadores. Trabalham com a ignorância da galera, como se ninguém tivesse mais nenhum meio de ir atrás de informação que não seja a Globo. Pararam nos anos 80. Sem contar a bizarrice de mudar arbitrariamente o gênero de times, inventando times como O ROMA, O LAZIO, O JUVENTUS e O INTER DE MILÃO, por exemplo.
Sem contar, obviamente, aquele que deve ser o pior de todos os males: a tiagoleifertização das transmissões. Ao invés de dar informação, o objetivo de todas as transmissões e programas esportivos agora é ser engraçado. E isso cai em coisas ridículas estilo “zoar a Argentina porque o Barcelona do Messi foi eliminado”, por exemplo. Vergonha alheia em níveis astronômicos.
1. Os Torcedores Modinhas
Os campeões de chatice na Champions League ainda são os torcedores modinhas. E olha que a concorrência é forte.
Champions League faz com que ECLODAM do nada torcedores inflamados de times ingleses, espanhóis, alemães e italianos. Que, na maioria das vezes, não são apenas torcedores, são wannabes.
Vamos pegar o exemplo do Chelsea: os caras começaram a torcer pro clube há três meses, agem como se torcessem a vida inteira pelo clube, tem pôsteres do Drogba no quarto e marcam encontros pra celebrar o seu time, dentre outras bizarrices. E tudo mesmo sabendo que há dez anos o time tinha a relevância de um Blackburn (o que, acredite, é bastante). E só chegou onde está graças ao dinheiro de procedência duvidosa de um bilionário russo.
Esse torcedores inundam as redes sociais com clubismo (como se não bastasse o praticado entre clubes brasileiros), soltam fogos quando o time ganha e fazem times nas escolinhas de futebol com o nome do Chelsea (ou do Barcelona, ou do Real Madrid, ou do Bayern Munchen…):
Sim, eles acham que foram roubados pelo juiz. Que existe um esquema feito pelos Illuminatti, pela CIA e pela Interpol para favorecer o Barcelona e implantar a Nova Ordem Mundial. Acham que são torcedores extremamente fiéis e relevantes para o clube, mesmo “acompanhando” o clube apenas quando o jogo é transmitido na Globo (duas vezes por ano).
Cada um arranja sua maneira de torcer. Mas a torcida “organizada” dos clubes europeus já pode se gabar de levar a medalha de ouro no ranking de chatice da Champions League. Parabéns!
kkkkkk mto bom
CurtirCurtir
Adorei a sua vó! rs…
CurtirCurtir
O comentários são pertinentes. Menos o que fala da Tiagoleifertização. Isso é burrice. O mudança que o Tiago propôs não tem a ver com ser engraçado. Quem tenta ser como ele é que cai nesse lugar comum.
CurtirCurtir
Não gostam que menosprezam o futebol brasileiro, mas odeio pachequismo. adoro a Champions, torço pelo Barcelona, mas não só de organizada e também amo a Libertadores. cada uma com seu jeito. (PS: Libertadores e Champions poderiam melhorar muita mais diminuindo números de clubes principalmente a libertadores – 20 clubes como era antes, está de bom tamanho)
CurtirCurtir
Parabéns, excelente post.
CurtirCurtir
Tive que rir muito sobre algumas situações que são verdadeiras. Nós que já somos um pouco mais velhinhos, para não dizer tanto, e que acompanhamos futebol a mais tempo, no meu caso, lembro da final da Copa dos Campeões de 1987, do Porto de Majer, ganhando do Bayern, fico vendo as asneiras que esses narradores e comentaristas falam sem conhecimento algum. Custava um pouco dá uma estudada. Pegar alguma noticia na internet, ver alguns videos e tals.
Sem falar nos torcedoresm modinhas mesmo. Principalmente esses mais novos, da última geração, parecem que já nasceram sabendo, e quando abrem a boca, pra falar de futebol europeu mostram que não sabem nada na verdade, nem história eles sabem. Exemplo disso é o meu sobrinho, que não viu o futebol de outras épocas, e pra ele o único time bom é o Barcelona do Engomadinho do Guardiola.
CurtirCurtir
O Porto do Madjer em 1987 era sensacional mesmo.
E é bem isso que você falou. Hoje a galera promove a ignorância, a mediocridade futebolística. Triste o pessoal que tá começando a acompanhar futebol agora.
CurtirCurtir