Ontem, dia 31 de março, um dos capítulos mais asquerosos da história brasileira fez 48 anos. Um golpe militar responsável por 21 anos de escuridão em nosso país, responsável por uma das maiores crises econômicas de nossa história e responsável por algumas das maiores atrocidades que nosso país já viu.
Só que tem gente comemorando isso. Militares da reserva fizeram diversas manifestações comemorando a “Revolução de 31 de março”. Ok, vamos esclarecer que:
a) Essas manifestações tem fundo político. Não se engane, os motivos são dois:
– A insatisfação de setores militares com a nomeação de Celso Amorim como Ministro da Defesa. Além de ser o primeiro civil no cargo em 27 anos, ele é um notório defensor dos direitos humanos (esses mesmos, que os fãs do Datena dizem que são para HUMANOS DIREITOS) e iniciou reformulações que desagradaram setores conservadores da caserna.
– A disposição da presidenta Dilma e do Ministro Celso Amorim em investigar os crimes da ditadura, através da Comissão da Verdade, está aterrorizando militares da reserva que cometeram crimes contra a ditadura. O Brasil é o único país latino-americano em que os crimes da ditadura não foram esclarecidos, e é inadmissível que tais crimes não sejam investigados.
b) Setores políticos conservadores insuflam tais manifestações:
Eu realmente não me importo com quem está no poder em relação ao assunto “crimes da ditadura”. Seja PT, PSDB, PMDB ou qualquer outro partido. E também não acredito em “mídia golpista” e em outras baboseiras do tipo. Mas o fato é que todo setor de mídia tem seus interesses, que são mais econômicos do que políticos. Então, os partidos políticos encontram formas de “contrabandear jornalistas”. Seja patrocinando blogs governistas através de empresas públicas como os correios, seja gastando mais de R$ 20 milhões de dinheiro público em assinaturas da Editora Abril, como o governo de São Paulo fez na gestão José Serra.
No entanto, radicalismos geram radicalismos, e meios de comunicação como a Internet favorecem tais radicalismos, como bem ponderou em uma oportunidade o amigo Tiago Muniz Relvas (@tiagocmr). Então, sujeitos como Reinaldo Azevedo e Paulo Henrique Amorim, que passam longe de qualquer patamar ético jornalístico e são apenas militantes políticos da pior espécie, ganham popularidade junto aos defensores ou detratores de partido X ou Y. Influenciam.
Com isso, os radicalismos tornam-se elementos “legítimos”, juntamente com ofensas e com a devoção quase religiosa a correntes ou personalidades políticas, no lugar da ponderação e da discussão saudável de ideias. Na década de 80, quando um homem se apaixonava perdidamente por uma mulher após uma noite de sexo, dizia-se que ele estava “pensando com a cabeça de baixo”. Hoje em dia, dá pra fazer um paralelo desalentador: a maioria das pessoas que discute política, especialmente na Internet, não faz isso com o cérebro, mas com o fígado, apenas destilando aquele bile amarga, ácida e cheia de ódio.
Dado esse cenário, temos construída uma bomba-relógio. Em outubro, eu já alertava nesse espaço, quando do diagnóstico do câncer do ex-presidente Lula, que o país vivia uma perigosa escalada de ódio, de desrespeito às instituições e de desrespeito ao ser humano, que poderia culminar em um remake desse momento grotesco de nossa história que foi o Golpe de 1964.
Portanto, para os saudosistas da ditadura, precisamos RESSALTAR algumas verdades, que vocês parecem não enxergar:
1) Em 1964 tivemos um Golpe de Estado, e não uma “Revolução que nos salvou do Comunismo”
Sejamos francos: João Goulart era um governo legalmente constituído. Fruto de uma enorme pataquada do Udenista Jânio Quadros, populista da pior estirpe, que renunciou ao cargo em 1961 após sete meses de governo, esperando que sua renúncia fosse rejeitada pelo Congresso enquanto o vice-presidente João Goulart estava na China comunista (a mando de Jânio).
Sobre isso, é necessário esclarecer:
1) Naquela época, o vice-presidente era eleito em processo eleitoral semelhante ao do presidente. Isso incorreu no fato de que o vice-presidente João Goulart era um herdeiro do Varguismo, adepto do populismo trabalhista, enquanto o presidente Jânio Quadros era um representante populista das direitas paulistas.
O “respeito a ordem e aos valores da família” já rendia capital político naquela época. Tanto que, dentre outras bizarrices, Jânio Quadros proibiu a execução de músicas de rock’n roll em bares quando governador de São Paulo, em 1957 e o biquíni em praias quando se tornou presidente.
Com a renúncia irreversível de Jânio Quadros, foi aberto espaço para que um oposicionista assumisse o poder.
2) Tentaram dar o golpe em 1961. Mas graças a Campanha da Legalidade, liderada por Leonel Brizola, essa tentativa de golpe não obteve êxito.
3) Tentaram limitar os poderes de João Goulart tornando o Brasil uma república parlamentarista. Porque os mesmos setores golpistas não admitiam a posse de João Goulart. E, de fato, o único período da história em que o Brasil foi uma república Parlamentarista foi entre setembro de 1961 e janeiro de 1963. Nosso único primeiro-ministro foi Tancredo Neves. E o parlamentarismo foi extinto após plebiscito convocado pelo presidente João Goulart.
4) Goulart não era comunista. No entanto, pretendia aderir ao Movimento dos Países Não-Alinhados, iniciado em 1961 pelo presidente iugoslavo Josip Broz Tito. Obviamente, tal posição foi olhada com ressalvas pelo governo americano, ressabiado com Cuba e sua adesão recente ao comunismo. E o governo americano, nesse contexto, colaborou com a implantação de um regime que, alguns anos depois, tornou-se praticamente um Gendarme dos EUA na América Latina, junto com outros regimes ditatoriais.
5) Em 1964, militares assumiram o poder, com apoio da elite conservadora paulista, materializada por Adhemar de Barros em sua triste “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, conclamada em resposta ao anúncio das Reformas de Base por João Goulart. Culturalmente, a propriedade no Brasil é vista como um direito absoluto, diferentemente de outros países. E a Reforma de Base de João Goulart previa a mudança desse paradigma. Em uma sociedade que vivia em um estado de ebulição interna provocada pela dicotomia entre esquerda e direita, tais anúncios acabaram catalisando o golpe de estado que afundou o Brasil na Ditadura. Golpe motivado por elites econômicas e apoiado pelo governo norte-americano. Não tem nada de Revolução ou de heroico nisso, apenas na cabeça dos míopes que não conhecem nossa história.
2) O argumento da “isonomia de investigação” não é válido
“Se vocês querem investigar os militares, vocês tem que investigar os criminosos terroristas assassinos que cometiam crimes contra a ordem pública, como a própria Dilma”.
Pior argumento possível. Por um único motivo: esses “criminosos”, independente de lutarem por uma causa, já foram julgados, condenados e torturados pelos próprios militares. Muitos deles morreram sem deixar pistas até hoje. Não sabemos onde estão os corpos, provavelmente foram enterrados em valas comuns como indigentes. Esse argumento implica na vontade asquerosa de julgar alguém duas vezes pelo mesmo “crime”, por um único e deprimente político: divergência política.
Dane-se se o governo petista é bom ou ruim, não é essa a discussão. Mas o fato é que, pela primeira vez, os interesses de certos grupos que sempre estiveram ligados ao poder e à manutenção das desigualdades sociais no Brasil tem sido combatidos. E isso gerou o recrudescimento de um conservadorismo tosco, cru, sem escrúpulos e que desrespeita a dignidade humana.
Um conservadorismo que envergonha mais a direita do que a esquerda, por um único motivo: se alguém se declara de direita no Brasil hoje, não será visto como defensor do Estado Mínimo, mas como um defensor desses valores indefectíveis, de obscurantismo e de resgate da ditadura. E isso explica o fato do governo petista praticamente não ter oposição. Ninguém quer se alinhar com o ideário político da ditadura.
Então, toda vez que alguém pensar em julgar “os militares e os guerrilheiros”, saibam que os guerrilheiros já foram julgados e condenados. Pagaram muitas vezes a pena capital. Só falta o julgamento dos militares, e mais uma vez sou obrigado a dizer: o Brasil é o único país latino-americano que ainda não acertou contas com a sua história, que ainda não condenou seus terroristas de estado.
3) Ditadura nunca representou “ordem”
Uma das maiores falácias dos defensores da ditadura militar é o de que “na ditadura havia ordem, não havia corrupção”. Mais mentira, impossível. Os militares se apropriaram da máquina estatal de forma grotesca. Os casos de corrupção não apareciam por um único motivos: eles não eram investigados, em um governo em que não havia democracia.
O período da ditadura foi o período de maior desordem política da história do país. As informações obviamente eram truncadas pelo regime (e pela imprensa amplamente favorável aos militares, representada por órgãos como a Rede Globo e a Folha de São Paulo). Mas os milhares de desaparecidos que ainda restam são a prova viva de que o brasil vivia um momento institucional péssimo. E ninguém sabe explicar até hoje como o dinheiro arrecadado de impostos pelos militares simplesmente DESAPARECEU. Nem as políticas econômicas absurdamente equivocadas explicam isso.
4) O governo militar foi uma catástrofe econômica, e não um sucesso
Entre 1964 e 1970, a carga tributária brasileira saltou de 17 para 26% do PIB. Foi o maior aumento proporcional da história da carga tributária brasileira em um período tão curto. E nem mesmo esse aumento absurdo impediu que o governo militar fosse uma completa catástrofe econômica:

Fonte: brasilfatosedados.wordpress.com
O governo militar pegou um Brasil precisando de melhorias em seus sistemas financeiro e tributário. E entregou um Brasil com a maior dívida de sua história, dando fim a um período de 40 anos de crescimento econômico intenso, baseado na substituição de importações. Os anos de “milagre econômico”, entre 1969 e 1974, foram promovidos por uma pujança econômica falsa, promovida pelo gasto público desenfreado proporcionado pelo aumento exponencial da arrecadação do governo. Tal pujança foi extremamente mal aproveitada, servindo apenas para aguçar as já enormes desigualdades sociais existentes em nosso país. A urbanização do período nas grandes cidades tornou-se uma catástrofe nos anos 80, quando a irresponsabilidade cobrou seu preço e o Brasil quebrou,
As duas crises do petróleo foram os estopins para derrubar o castelo de cartas econômico montado pelos militares. Que caiu de vez com a moratória mexicana de 1982. Em mais de uma década de pujança, os militares não conseguiram tornar o Brasil minimamente invulnerável a solavancos externos.
Conclusão
Basta de “comemoração” a um golpe de estado. Independente de quem esteja no governo, qualquer partido hoje seria melhor do que os militares de volta.
Porque, independente das atrocidades e escândalos existentes nos governos de doversas esferas, nenhum deles instalaria uma máquina de repressão e extermínio do porte dos militares.
Os militares da reserva fazem festas comemorando os 48 anos do golpe de 1964, mas pedem para tudo ser esquecido e jogado para baixo do tapete quando o assunto é a investigação. Como bem disse o Thiago Paiva (@paiva_thiago), os militares falam que os crimes da ditadura não devem ser desarquivados por causa do “perdão” pelos mesmos. Mas, ao comemorarem o golpe, demonstram que não estão nem um pouco arrependidos do que fizeram. E, além disso, “perdão” não implica em “ausência de consequências”. Qualquer sistema legal não considera o perdão como algo que livre alguém de pagar pelo crime cometido.
Então basta de tapar o sol com a peneira. Que seja esclarecido tudo, que todos os criminosos paguem pelo que fizeram, e, principalmente, que todos os estúpidos que ainda tem a cara de pau de defender esse regime medonho que foi a ditadura militar brasileira tomem vergonha e saibam que defender a ditadura, no contexto atual, nada mais é do que ser cúmplice de criminosos, ajudando a esconder todo o mal que eles fizeram ao Brasil.
Muito bom, mano. Quando alguém vir com os argumentos tacanhos de sempre, já mando teu post na lata. Muito bom mesmo. E valeu pela citação. Abraço!
CurtirCurtir
Gostei bastante do post. Boa, Leo
CurtirCurtir
Cara, tu escreves muito bem. Parabéns!!
Se a maioria dos jornalistas tivessem metade da tua capacidade reflexiva e imparcialidade, teríamos uma imprensa muito mais comprometida com a verdade dos fatos.
CurtirCurtir
Agradeço muito as palavras. A intenção é sempre essa mesmo: refletir sobre os fatos,e não apenas falar deles. Um abraço!
CurtirCurtir
Pelo que estou entendendo, a diferença do governo atual com o dos militares, é só os assassinatos. Quero dizer, os militares gastavam e matavam certo, e o atual só roubam não é isso? Olha Leo para ser sincero eu não estou de acordo com você não. Nem um dos dois valem nada. O governo de agora pode não matar, mas aumenta a desigualdade, mais ainda. Agora nós temos politicos e Juizes e você não sabe quem é quem todos roubando e policia metida no meio, comando vermelho ditando regras, politicos metido com bandidos corrupção para todos os lados, desemprego, salario baixo. E os que foram vitimas do regime militar é que estão hoje no poder. Esse governo também mata, só que é tudo na surdina queima de arquivo. Você lembra do deputado Hidelbrando que cortou uma vitima com moto serra? Está cheio de Hidelbrando nesse governo, vai lá se saber quantos não já morreram a mando de Segio Cabral, Antonio Carlos Magalhães, Paulo Salim Maluf, Jaber Barbalho, Collor de Melo, José Sarnei etc. Lembra do Blogueiro Do Rio que levou tres tiros por estar falando do Sergio Cabral. Está na hora do povo brasileiro tomar é o pais de volta e limpar o planalto por gente decente se é que ainda tem. O brasileiro atualmente só quer levar vantagem esse é o mal maior.
CurtirCurtir
Meu caro, pode parecer até contraditório da mi9nha parte, mas concordo inteiramente com a conclusão do seu argumento:
“Está na hora do povo brasileiro tomar é o pais de volta e limpar o planalto por gente decente se é que ainda tem. O brasileiro atualmente só quer levar vantagem esse é o mal maior.”
A única coisa que discordo aí é em relação ao “tomar o país de volta”. O brasileiro nunca teve o país para si, nós sempre fomos vítima dessa classe de pessoas que só quer levar vantagem, esteja ela no partido que for. Tenho vários textos falando justamente sobre essas questões: a necessidade do brasileiro acordar para a política, essa história da maioria, políticos e não políticos, quererem levar vantagem em tudo, e coisas do tipo.
CurtirCurtir
Realmente para mim como para muitos que não tem uma visão e/ou conhecimentos profundos sobre golpes/revoluções/correlatos…, fica difícil proceder um comentário condizente com a verdadeira realidade dos fatos, “fatos” históricos de uma forma geral, até porque, segundo alguns, a “história é mentirosa e, normalmente é escrita pelos vencedores e/ou dominantes com alto poder político e econômico, o inverso parece melhor (… econômico e político…). Assim, penso que, num primeiro momento, todos têm razão, até que se esgotem todas as réplicas/tréplicas e por aí vai… Bém, falando da minha experência/vivência, que é singular e não uma regra para todos, nasci em 1964 e até o momento, principalmente em termos de segurança para o ir-e-vir ou em onde estiver e roubo do dinheiro público (que, para mim, deveria ser classificado com crime ediondo; pois muitos, direta ou indiretamente, sofrem e/ou morrem, melhor “são mortos”, por falta da aplicação eficiente do dinheiro/impostos, direto ou indireto, de todos nós), não vi nenhuma melhora, pelo menos não significativa, nesses quisitos de segurança e investimento eficiênte do dinheiro público, bem com punições aos gestore à altura do mal que eles fazem quando, ladinamente usurpam o dinheiro que deveria ser melhor aplicado para o nosso bem comum. FInalizando, isso é muito complicado e, depende de muitos pontos de vista e de interesse por trás dos mesmos que podem existir assim com as mensagens subliminares; desse modo e por enquanto, tudo pode mudar, creio que até agora o que vejo é tanto na “ditadura militar” como na atual “democracia” (vide o que eu penso, vislumbro, para o futuro com o mais correto em termos de uma verdadeira democracia: 1=> Super Democracia Ou Democracia Pura => http://www.youtube.com/watch?v=6bmFUeNX-a4 => 2=> direito de votar? => http://www.youtube.com/watch?v=k3kelU53Tcc => dentre outros…), que todas “não passam” de uma ditadura fundamental, qua seja: A Ditadura do Alto Poder Econômico; antes, praticamente, sabíamos quem fazia o mal, hoje o mal é feito, “suicidam as pessoas, simulam assaltos, … e depois ainda mandam flores para o enterro…”…
Abraço,
Goldak.
CurtirCurtir
Que coisa né…..eu estudei em colegios publicos na época ditatura. Eram bons, tinha respeito. Nunca fui torturado, meus pais também não…..A gente trabalhava, como trabalha até hoje. Acho que esse pessoal (Turma da Dilma, Genuino, Zé Dirceu, tudo bona gente) na verdade eram os mesmo baderneiros que hoje frequentam USP e nunca formam. Na verdade o que eles queriam na época era a mamata que estam tendo hoje (levar nosso suado dinheirinho). Será que hoje não estamos vivendo um momento pior que a “ditadura militar”. Fome Zero, Brasil sem Fome, e por ai vai….Mentiras sobre mentiras. Antes pelo menos eu andava na rua à noite. Hoje….kkkkkk…Imagina na época eles queriam transformar o Brasil no que hoje é uma Cuba, China, Coréia do Norte….Alias este time que defende o “Passar a Limpo”, são os mesmos que visitam Cuba para beijar a mão do “bonzinho Fidel” e apoiam o presidente do Iran. Não estou defendendo tortura, ditadura…..só quero dizer que é o sujo querendo julgar o mal lavado. Sejamos sensatos….Se for pra julgar de verdade…..haja Cadeia..kkkkkkkkk….eu é que não vou ser preso, quem sabe sobra um pouquinho das poupudas indenizações que estão sendo pagas com meu suado dinheirinho.
CurtirCurtir
Pingback: O Golpe da Poupança | O Enciclopedista
Pingback: A era do jornalismo militante | O Enciclopedista
Palhaçada é o que nós estamos vivendo , ninguém se preocupa com nada a não ser quando um da família é morto , roubado etc… Aí o povo lembra de lei . Já estamos no meio de uma guerra e pouca gente vê isso , quando a coisa fica feia chama os militares para resolver a questão . Nos meios de comunicação é só babozeira ,queriam liberdade de emprensa , ganharam a liberdade mas o que adianta se voces não conseguem atingir o povo que é o mais importante . O povo pobre do Brasil do qual eu faço parte. Não existe mais lei no Brasil ,quanto custa um preso hoje? Maioria do povo brasileiro vira bandido é pela falta de oportunidades . Não existe democracia para pobre no Brasil , ou melhor só existe na hora do voto , aí todo mundo lembra que pobre existe pois é a maioria , um punhado de pobre elege muito bandido no Brasil ,pois se vende por dinheiro .Política é coisa prá rico e quando um pobre consegue entrar ,poucos são os honestos que assumem o que prometeram .
CurtirCurtir
Concordo contigo, hoje a grande maioria dos políticos só se preocupam consigo mesmos e com a próxima eleição. Mas isso não invalida os crimes cometidos na ditadura, que precisam ser investigados de fato.
Eu mesmo escrevi vários textos em relação a essa questão da representação na política, “é todo mundo ladrão” e tal. Esse é um deles. Espero que você também se sinta contemplado:
http://leorossatto.wordpress.com/2012/01/26/eu-nao-me-sinto-representado/
Abraço!
CurtirCurtir
LÉO, COMO SEPARAR O INTERESSE FINANCEIRO DO INTERESSE POLITICO NESTE CASO( COMISSÃO DA VERDADE ) , PQ PARA MIM, ISTO JA VIROU UMA PALHAÇADA, DAQUI A POUCO TEREMOS TATARANETO BRIGANDO POR INDENIZAÇÃO POR PERSEGUIÇÃO POLITICA NA DITADURA MILITAR
CurtirCurtir
essas coisas demoram pra ser investigadas. E a comissão da verdade está investigando só crimes de Estado. Crimes como o do Herzog estão sendo esclarecidos e criminosos como o Brilhante Ustra já estão começando a responder pelos seus atos. Vai dar tudo certo sim, apesar das resistências.
CurtirCurtir
LEO EU NÃO FUI CLARO ACIMA, EU QUIS DIZER QUE TEM PERSEGUIDOS QUE ESTÃO MAIS INTERESSADO NO FINANCEIRO, DO QUE NA DOR: VEJO-OS COMO OPORTUNISTAS. Ex O LULA FOI PERSEGUIDO POLITICO OU SINDICALISTA, PQ SE ASSIM FOR TODOS SINDICALISTAS TEM DIREITO A INDENIZAÇÃO, HAJA VISTA QUE NA ÉPOCA AS GREVES PIPOCAVAM NO PAIS.
CurtirCurtir
Sim. Mas uns 90% dos políticos que tiveram relevância no país nos últimos 30 anos foram “perseguidos pela ditadura”. Inclusive muitos do PSDB. O problema não está na “ordem”. A questão é que, para ter ordem, não é necessário um regime de exceção em que o Estado comete abusos contra a vida humana.
CurtirCurtir
MARCELO LOPES
PARA MIM O BRASIL TROCOU DE DITADURA, DE MILITAR ( EXERCITO ) PARA ECONÔMICA ( GRANDES CORPORAÇÕES ), VISTO QUE NOSSOS POLÍTICOS NÃO REPRESENTAM O POVO QUE O ELEGE MAS SIM, OS INTERESSES DESTAS CORPORAÇÕES
( BANCOS, EMPREITEIRAS, MULTINACIONAIS ………………..) QUE PROPORCIONARAM VERBAS DE CAMPANHA.
ENTRE AS DUAS DITADURA, EU CONSIDERO A ATUAL PIOR, PQ ELA NÃO TEM UM PUBLICO ALVO.
CurtirCurtir
Vou ser bem sincero: pra atual “ditadura” ainda existe solução dentro do espectro político, há liberdade de discutirmos o assunto, como estamos fazendo, sem sermos taxados de “subversivos” e corrermos risco de vida. Pra mim, pessoalmente, esse tipo de liberdade é essencial. E diferencia o regime atual, por mais triste que seja, de uma ditadura militar, baseada na força e na coerção.
CurtirCurtir
GOLIAS X DAVID? A HISTORIA NÃO SE REPETE TANTO, PQ DIGO ISTO? QUAL A MAIOR VITIMA DO SISTEMA ATUAL? R :CLASSE MÉDIA.
POBRE NÃO FAZ REVOLUÇÕES.
CurtirCurtir
Faz sim. É só olhar para o que está acontecendo na Espanha. Quando as pessoas se sentem oprimidas, fazem qualquer coisa contra isso.
CurtirCurtir
Você não precisa ser taxado de nada, quando, com sua pseudo liberdade, fica constantemente discordando do governo municipal/estadual/federal/ e/ou grandres entidade(s) com alto poder monetário, eles apenas, até fingindo concordar, em termos com você, te suicida ou simulam assalto ou correlato; e ainda lamentam sua sorte/azar. Hoje todo empecilho é varrido de forma bastante profissional/ladina/nefasta…
Por isso cuidado com o que você fala e a amplitude disso, pois pode estar descontentando algum poderoso sem nome e sem qualquer tipo de rótulo…
Abs,
Goldak.
CurtirCurtir
Na maioria do comentários o assunto principal foi esquecido…emendado com argumentos não coerentes com o texto em si. Não está sendo discutido se o governo de hoje e melhor ou pior. Eu queria,apenas isso,que toda a verdade daquela época fosse descoberta. Muitos hoje choram de “barriga” cheia,tem oportunidade mas preferem dizer que são coitadinhos. Salvando do comunismo…me poupe…liberdade de expressão..pra que?assistir pornografia?? E ver uma sociedade decadente?…assistir a rede globo que tanto apoiou a ditadura?que fez de tudo pra eleger/derrubar candidatos?não digo q o governo de hoje esteja “bom”,mas pode melhorar se a população parar de choramingar. Os culpados devem ser presos. E os EUA forçados a influenciar apenas seu Estado.
(peço desculpas se meu comentário fugiu do assunto principal).
CurtirCurtir
Concordo com quase tudo.Acho qualquer ditadura,de esquerda ou de direita, deplorável.No entanto, algumas reformas econômicas empreendidas pelos militares foram necessárias,como a criação do sistema financeiro,a reforma tributária e do comércio exterior.As reformas permitiram ao estado se financiar com outras formas ,que não fosse emissão de moeda.A criação do mercado de capitais facilitou a entrada do capital estrangeiro.O país progrediu na infra-estrutura,principalmente nos governos Médici e Geisel.Mas tudo isso poderia ter sido feito sem a ditadura.Isso mostra a cara do nosso atraso.E no mais,como os governos estavam comprometidos,à exceção do Geisel,com os EUA,essa estratégia barrou o surgimento de uma economia autônoma.Até hoje,por exemplo, não temos uma indústria automobilística própria.Somos meros montadores.Não criamos design e pagamos caro pelos carros,uma vez que elas são muito protegidas.Uma das facetas desse modelo econômico,que não é exclusivo dos militares, é proteger em excesso e por muito tempo os setores multinacionais da competição externa,ficando a rebarba para a indústria nacional.De um lado se abre ao capital para eles se instalarem (governos Juscelino e Militares).Do outro,se protege indefinidamente esses setores da competição.
Em termos econômicos e nacionalistas, diria que a ditadura militar pode ser dividida em 3 períodos com características distintas.
1) 1964 a 1974:estratégia de alinhamento automático com os EUA,buscando atrair o capital estrangeiro,com aumento do endividamento externo,sendo 80% dele privado.As reformas de Castelo criaram as bases para o “Milagre Econômico”.
2) Governo Geisel: 1974-1979.Geisel tinha de fato uma visão nacionalista,ao contrário de todos os outros presidentes militares, que eram “vendidos” aos EUA.O diagnóstico do governo em 1974 era que a Crise do petróleo(1973) tinha mostrado fortemente a nossa dependência energética.E mais, mesmo o período do Milagre econômico,tinha mostrado que o país carecia de infra-estrutura.Ai, veio o II PND que era um projeto de Nação,buscando o surgimento de uma indústria autônoma,apoiada em investimentos pesados e necessários, em infra-estrutura,principalmente,siderurgia,energia elétrica e petróleo.Buscava também tornar o desenvolvimento mais igualitário regionalmente.No entanto, não havia poupança interna suficiente.Foi necessário então buscar recursos dos petrodólares, no exterior, a juros flutuantes.A equação se inverteu,sendo que 80% do endividamento externo passou a ser estatal.
3) Governo Figueiredo:1979-1985: Com a segunda crise do petróleo ,adicionado ao aumento dos juros americanos para 21% ao ano,em 1979,o Brasil quebrou.Os investimentos do II PND não estavam madurecidos ainda, o que permitiria uma maior competitividade do país,melhorando inclusive as exportações.Então, o único recituário possível na época era o de sempre: maxidesvalorização cambial com corte de gastos públicos e aumento do endividamento interno.Como isso era feito?Com a maxidesvalorização,o setor exportador gerava divisas.Essas eram do setor privado,enquanto o endividamento era estatal.O governo então emitia títulos a juros altos para atrair esse capital.O exportador convertia os dólares em cruzeiros e comprava os títulos públicos.O resultado foi que a dívida interna cresceu,o estado cortou investimentos e custeio e a economia despencou.
.Quanto às torturas,isso sempre foi uma prática da polícia brasileira,por conta do nosso aparato estatal,sempre voltado para a repressão e não para atender o cidadão.Na ditadura passou a reprimir alguns filhos da classe média também e com o envolvimento das Forças armadas.A ditadura contribui enormemente para piorar a segurança pública também,pois o aparato policial foi deslocado para combater a guerrilha.Enquanto isso,a violência comum nas periferias crescia muito,fruto da nossa urbanização caótica também.Além do mais ,houve um descaso com as fronteiras,permitindo o crescimento do tráfico de drogas,vindo da Bolívia e da Colômbia, o que levou ao surgimento das quadrilhas no Rio.
CurtirCurtir
Seu comentário foi sensacional, e caberia até mesmo post próprio só para respondê-lo. Mas, em suma, eu concordo de antemão com tudo o que você escreveu. Você um resumo histórico bem realista do que aconteceu na época em relação à economia.
Acho que, como você disse, o que sustentou o “milagre” foi a criação do SFN, que disciplinou a economia, e a reforma tributária. Todo o resto decorreu daí.
Sem contar que análises econômicas a posteriori, depois que tudo deu errado, também são fáceis de fazer.
CurtirCurtir
Só sei que no tempo em que os militares estavam no governo,não tinhamos traficantes,cracolandia,bermudões rebentando professores,quebrando escolas,ninguem morria nas portas dos hospitais,a mercantilização da saude(planos de saude que escolhem o tempo e as cirurgias)e reajustam seus preços acima de qualquer índice,não havia essa putaria toda nos telões,os “di menor”não matavam, estudavam e tomavam um bom corretivo dos pais,não havia professores mendigando salários, e os generais presidentes sairam como entraram com seu soldo da patente, não ficaram milionários a si e a seus familiares como hoje supostamente assistimos, os políticos votam seus salários estratosféricos, criam toda a sorte de benesses,auxilios,verbas disso daquilo,aposentam-se com dois mandatos, e nós que pagamos a conta precisamos ter idade,tempo de contribuição, e o teto com o tal fator previdenciário,ora só pode estar bom para que está la,
CurtirCurtir
Militares no poder já!
CurtirCurtir
Pingback: Tá todo mundo louco | Um Pouco de Prosa