Um país sem nome. O nome é a localização geográfica do país. Essa é a República Centro-Africana, país de mais de 600 mil Km² de extensão e aproximadamente 4,5 milhões de habitantes.
O país, independente desde 1960, tem como moeda o Franco CFA (central). Aliás, sobre essa moeda, existe uma peculiaridade: muito antes do Euro, em 1945, os países de colonização francesa da África Ocidental e Central utilizam e mesma moeda. Com a independência no mesmo, continuaram a utilizar a mesma moeda, como parte da comunidade financeira africana (CFA). Guiné Equatorial e Guiné Bissau também aderiram ao CFA, apesar de não serem colônias francesas. Hoje, existem duas moedas de valor similar, utilizadas em 14 países:
– O Franco CFA Ocidental, usado em Burkina Faso, Costa do Marfim, Mali, Benin, Togo, Níger, Senegal e Guiné-Bissau;
– O Franco CFA Central, usado no Chad, no Congo Brazzavile, na República Centro-Africana, em Camarões, na Guiné Equatorial e no Gabão.
Mas, voltando à República Centro-Africana, algumas considerações são necessárias:
É um dos poucos países africanos sem saída para o mar. No entanto, faz fronteira com diversos países: Sudão, Sudão do Sul, Congo, República Democrática do Congo, Chad, Camarões. Segue o mapa político do país:

Mapa da República Centro-Africana
A capital do país é Bangüi. Como é algo comum entre os países africanos, as desigualdades sociais são altíssimas (o país está entre os dez maiores índices GINI do mundo), a expectativa de vida é baixa (44,8 anos), e o país tem a economia baseada na agricultura de subsistência e de exportação. A capital concilia, como a maioria das cidades em países pouco desenvolvidos, imagens de pobreza e de pujança:

Vista aérea de Bangüi

Pessoas reunidas em Bangüi
A cidade é cortada pelo Rio Oubangui, o maior do país. A colonização da República Centro Africana se deu em volta do rio, e boa parte das comunidades do país é ribeirinha:

Rio Oubangui
Outra característica do país são as reservas florestais. Por falta de interesse ou acessibilidade as florestas do país não foram tão devastadas quanto a de outros países da África. Em que se pese o aumento do desmatamento, o país ainda tem uma das maiores porcentagens relativas de florestas equatoriais na África. Exemplo é o Parque Nacional de Dzangha-Sangha:

Reserva de Dzangha-Sangha
O país vive numa zona climática de transição. Enquanto o sul tem florestas equatoriais e áreas de Savana, o norte já está na região do Sahel, mais seca e próxima ao Deserto do Saara. A organização urbana é precária e a maior parte das pessoas vive em áreas rurais ou em pequenos vilarejos:

Família em habitação da região

Habitações em Kabo, no norte do país
No sudoeste do país vive um dos principais grupos de povos pigmeus, o Aka (ou BiAka). Os pigmeus, que são desprezados e escravizados mesmo entre outros grupos africanos, como os bantos, ainda são alvo de preconceito e encarados por muitos como atração turística, pela baixa estatura e pelo fato de boa parte deles viverem até hoje como nômades caçadores e coletores.
Um fato triste que gerou certa repercussão no exterior, nas décadas de 60 e 70, foi o regime ditatorial de Jean-Bedel Bokassa. O autodenominado Imperador Bokassa I foi o tirano que instituiu um regime incluiu assassinato de opositores, tortura, canibalismo e apropriação extensiva de dinheiro público, até sua deposição, em 1979. Foi preso em 1986, após retornar para o país, julgado e condenado à prisão perpétua. Morreu em 1996, vítima de um ataque cardíaco.
Em tempo: República Centro Africana participou de oito Olimpíadas, mas nunca ganhou uma medalha. E nunca participou de uma Copa do Mundo (apesar do bom desempenho nas eliminatórias da Copa Africana de Nações de 2012).
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A vista de Bangui parece-me ser do Dubai.
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